quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Diferenciação de células mesenquimais, derivadas de sangue de cordão umbilical humano armazenado, em células secretoras de insulina

*Differentiating of banked human umbilical cord blood-derived mesenchymal stem cells into insulin-secreting cells
Van Phuc et.al. In Vitro Cell Dev Biol Anim. 2010 Nov 17.

As células-tronco mesenquimais (CTM) derivadas de Sangue de Cordão Umbilical (SCU) são multipotentes e capazes de se diferenciar em células funcionais de origem endodérmica e mesodérmica. Alguns pesquisadores demonstraram que estas células recém coletadas são capazes de se diferenciar em células secretoras de insulina.
Em estudo publicado este ano, um grupo de pesquisadores, demonstrou que estas células mantêm esta capacidade, mesmo após o congelamento. As células mononucleares, após o descongelamento, foram cultivadas para diferenciação em CTM. As análises com anticorpos específicos comprovaram esta diferenciação e as células foram então induzidas, por meio de ativadores específicos, para a formação de células secretoras de insulina. Com o uso de técnicas de Reação de cadeia de transcrição reversa em tempo real (RT-PCR) foi possível detectar a presença de genes para insulina. Estes resultados indicam que as CTM oriundas de SCU congelado quando convenientemente estimuladas, podem se diferenciar funcionalmente em células semelhantes aquelas secretoras de insulina das ilhotas pancreáticas.
Segundo os autores estes resultados apontam para uma terapia celular inovadora para pacientes diabéticos que teriam a possibilidade de usar suas próprias células de SCU armazenadas. Estas células, após o descongelamento, sofreriam uma diferenciação em células produtoras de insulina, e poderiam ser transplantadas de volta, recuperando a capacidades das células pancreáticas.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Propriedades Imunológicas e Regenerativas das Células-Tronco do Sangue de Cordão Umbilical*

Immunological and regenerative properties of cord blood stem cells
Roberto Francese & Paolo Fiorina
Clinical Immunology (2010) 136, 309–322
 
As células-tronco (CT) do Sangue de Cordão Umbilical (SCU) têm mostrado capacidade imunológica e regenerativa. As características, funções bem como propriedades imunológicas e regenerativas das células-tronco do SCU foram analisadas detalhadamente em recente revisão publicada na revista Clinical Immunology em maio de 2010.
Os pesquisadores do Departamento de Medicina do Instituto Científico San Raffaele de Milão fazem uma classificação detalhada das populações de células-tronco presentes no SCU, discutindo a presença de, pelo menos, quatro populações diferentes de células-tronco: embrionárias, hematopoéticas, mesenquimais e endoteliais.

Esta classificação é importante porque permite entender melhor quais os tecidos que podem sofrer regeneração com o uso dessas células. Além disso, discutem o uso dessas células em doenças onco-hematológicas (leucemias, linfomas, Aplasia de medula óssea), neuronais (paralisia cerebral, isquemia cerebral, lesão de medula espinhal), Erros inatos do metabolismo (reposição de enzimas) e ainda as novas descobertas sobre a capacidade imunossupressora das CT de SCU nas doenças auto-imune (por exemplo, diabetes tipo 1).

As células-tronco do SCU demonstram enorme capacidade de modular o sistema imune além de apresentar baixa capacidade para desencadear reações de enxerto contra-hospedeiro. Estas características se devem a algumas proteínas  cuja presença é discutida com detalhes na revisão.
Esta revisão demonstra como as CT e SCU pode se tornar uma ferramenta poderosa não só para a medicina regenerativa, mas também para doenças auto-imunes e inflamatórias.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Cryopraxis em destaque na Revista Época Negócios

A Cryopraxis teve destaque na matéria  "A biotecnologia no Brasil - Mais de 100 empresas fazem esta revolução." da revista Época Negócios do mês de agosto de 2010. A matéria trata da mais nova – e talvez fascinante – revolução tecnológica criada pelo homem e mostra as empresas brasileiras com destaque nesse setor.

Vejam as fotos e informações da Cryopraxis que sairam na matéria:





Células-tronco 22 anos após o 1° uso de sangue do cordão umbilical.

Dallas Hextell: Uma história emocionante

O bebê Dallas, filho do casal Hextell, de Sacramento, Califórnia, logo após o nascimento não era capaz de se alimentar e chorava muito. Aos 5 meses, não apresentava equilíbrio e raramente abria os olhos. Aos 8 meses, pediatras fizeram o diagnóstico de paralisia cerebral.

Aos 18 meses, Dallas tinha suas habilidades motoras muito limitadas. Ele não podia engatinhar, aplaudir ou sentar-se e se comunicava apenas por gritos interpostos, em sua maioria, por dor e frustração.

Não há cura conhecida para a paralisia cerebral, e os tratamentos para ajudar a administrar os efeitos debilitantes da doença a tornam a segunda deficiência de tratamento médico mais caro.

O casal, que havia planejado e aguardado tanto um filho, cercou-se de cuidados e tomou a decisão de armazenar o sangue do cordão umbilical do bebê ao nascimento.

Depois que a doença de Dallas foi diagnosticada, o sangue do cordão umbilical armazenado tornou-se a única esperança que seus pais vislumbraram e eles não pouparam esforços em busca de uma solução. O casal viajou para a Universidade de Duke, na Carolina do Norte (EUA), onde os médicos estavam usando o sangue do cordão como parte de uma pesquisa de um novo tratamento em crianças que tiveram paralisia cerebral ou lesões cerebrais e que haviam armazenado o sangue do cordão umbilical. Logo que chegaram à Universidade de Duke, suas esperanças aumentaram muito, pois puderam conversar com os pais das crianças que já haviam se submetido ao tratamento, e todos eles relataram melhora significativa de seus filhos após o transplante de células-tronco. A melhora de expressão e habilidades motoras era realmente surpreendente.

Assim, após os cientistas constatarem que Dallas atendia aos critérios exigidos para o procedimento, ele foi submetido ao tratamento, que consistiu em infundir as células do sangue do cordão umbilical do próprio Dallas, coletadas ao nascer.

Após cinco dias, os pais de Dallas não acreditavam no que viam: ele agora era uma criança diferente, ria, aplaudia, acenava e reagia a estímulos como nunca visto antes.

O Dr. Ralph Snyderman, chefe da equipe médica da Universidade de Duke, diz, cauteloso: ”Apesar de não ser um estudo de caso controlado, o resultado da infusão das células-tronco não deve ser desprezado, porque não apenas impediu o avanço dos sintomas como apresentou uma surpreendente melhora.” E continua: “Eu levo isso muito a sério e acho que é um lembrete de quão extraordinário é esse material que é jogado fora com a placenta, na sala de parto, como uma espécie de resíduo médico, mas que pode ter aplicações extraordinárias!”

O início

A história do uso de células-tronco do sangue do cordão umbilical em pacientes teve início com Matthew, de 5 anos de idade na época do transplante. O menino apresentava uma doença do sangue muito grave conhecida como anemia de Fanconi. O paciente só poderia ser curado por um transplante, mas não havia doadores de medula óssea compatíveis. Sua médica, a Dra. Joanne Kutzberg, atenta aos avanços científicos, havia orientado, três anos antes, a mãe de Matthew a coletar e armazenar o sangue do cordão umbilical da irmã dele ao nascer. Uma análise laboratorial revelou que os irmãos eram totalmente compatíveis e que as células da irmã poderiam ser utilizadas com segurança.

Assim, em 1988 (há 22 anos), uma parceria entre as equipes da Dra. Eliane Gluckman, do Hospital St. Louis,em Paris, do Dr. Broxmeyer e da Dra. Kurtzberg possibilitou o tratamento pioneiro que iria revolucionar a Medicina a partir de então.

Após 18 dias, a contar do transplante, o paciente começou a se recuperar: o transplante havia sido bem-sucedido!

A comemoração do 20º aniversário do primeiro transplante de sangue do cordão umbilical foi realizada no 6° Simpósio Anual Internacional de Transplante de Sangue de Cordão, em junho de 2008, em Los Angeles. Matthew estava presente com seu filho.

Dez anos depois, foi a vez de o Brasil ser o palco de mais um caso surpreendente, trazendo-nos mais um capítulo emocionante dessa história.

O primeiro transplante de sangue de cordão autólogo, ou seja,utilizado pela própria criança de quem foi coletado, foi realizado pelos médicos do Hospital Albert Einstein de São Paulo. Gabriela,aos 2 anos e meio, recebeu o diagnóstico de neuroblastoma e foi submetida a transplante com sangue de seu cordão umbilical.

O mais surpreendente, nesse caso, é que suas células haviam sido coletadas e armazenadas ao nascer para serem usadas no tratamento de seu irmão, Guilherme, de 12 anos, que apresentava uma leucemia linfóide aguda. Logo, esse caso foi resultado de uma incrível coincidência.

Guilherme, que havia feito um transplante com as células da sua medula óssea para garantir que sua doença não evoluísse até que a irmãzinha nascesse e pudesse ter o sangue do cordão umbilical coletado, não voltou a apresentar a doença e os dois estão bem até hoje.

Esses e vários outros casos de utilização de células-tronco de sangue do cordão umbilical com sucesso incentivaram a criação de bancos de sangue do cordão umbilical no mundo todo. A Cryopraxis foi a pioneira no Brasil, ao ofertar este serviço tão nobre e cada vez mais valioso para seus clientes.

Hoje, o uso do sangue do cordão umbilical é uma realidade, tanto para crianças quanto para adultos que apresentam doenças hematológicas, como linfomas, leucemias, mielomas, e ainda para tumores sólidos, como retinoblastoma, neuroblastoma e insuficiência na medula óssea.

Essas células, que já possuíam um valor inestimável por sua utilização nas doenças hematológicas, como demonstrado nos casos de Matthew e Gabriela, são agora objeto de um novo avanço na história da ciência médica.

Sangue do cordão umbilical e seu uso na Medicina Regenerativa

No final do ano de 1999, pesquisadores demonstraram que as células-tronco da medula óssea e, um pouco mais tarde, do sangue do cordão umbilical, poderiam formar, além de células do sangue, células de outros tecidos, como ossos, cartilagens, neurônios, células cardíacas.

Pesquisas começaram a explorar a eficácia dessas células para a correção de doenças cardíacas, lesões cerebrais, paraplegias, doenças oculares e doenças autoimunes. Essas pesquisas, em humanos, têm demonstrado bons resultados, como mostrado no caso do bebê Dallas, na diabetes tipo I, e em algumas doenças cardíacas, entre outras enfermidades.

Nas primeiras pesquisas em humanos, a medula óssea foi usada como fonte de células-tronco porque era necessário usar as células do próprio paciente. Como a maioria dos pacientes estava na faixa etária de 50 anos, essa era a única fonte de células-tronco disponível em quantidade suficiente para um tratamento.

Recentemente, estudos para o tratamento de doenças pediátricas começaram a ser feitos com o uso das células-tronco autólogas (em terminologia médica, autólogo significa que a criança recebeu as suas próprias células) de crianças que tinham o sangue do cordão umbilical armazenado.

Para os pacientes e seus familiares que possuem doenças para as quais essas células podem trazer benefícios, o tempo decorrido entre as descobertas e o tratamento efetivo pode parecer longo. Entretanto, é importante levar em consideração que as pesquisas médicas devem ser conduzidas com muito rigor e que a evolução vista em 22 anos é surpreendente quando comparada com os avanços da medicina no século passado.

Assim, ter o sangue do cordão umbilical armazenado é o primeiro passo para se beneficiar de um estudo clínico ou mesmo de terapias consolidadas. Além disso, para os ensaios clínicos, o banco responsável pela coleta e armazenamento dessas células deve cumprir rigorosos padrões técnicos e ser “acreditado por uma organização internacionalmente reconhecida.

A Cryopraxis, atenta ao desenvolvimento científico nessa área, mais uma vez se antecipa para garantir que seus clientes possam ser beneficiados por esses avanços, submetendo-se à acreditação pela AABB (American Association of Blood Banks).

Os resultados confirmam as vantagens do armazenamento para uso autólogo do sangue do cordão umbilical.

Veja a matéria com imagens e infográficos em http://www.cryopraxis.com.br/images/Revista%20Cryopraxis_06ed_pags%205%20a%209.pdf

Sangue de Cordão Umbilical pode ser uma nova fonte de linfócitos para Imunoterapia contra o Câncer




Pesquisadores do Departamento de Imunologia e Histocompatibilidade da Escola de Medicina da Universidade de Thessalia (Grécia), publicaram no Journal of Reproductive Immunology1 um trabalho mostrando que linfócitos T do sangue de cordão umbilical podem ser uma fonte de células T jovens, usadas na imunoterapia adotiva.

Apesar de estudos experimentais terem demonstrado que o sistema imunológico pode ser aproveitado para combater as células cancerosas, apenas um pequeno número de pacientes é curado em regimes de imunoterapia para aumentar a resposta imunológica autóloga. Descobertas recentes indicam que a baixa taxa de resposta associada à imunoterapia convencional contra o câncer pode ser atribuída, pelo menos em parte, ao processo de imunocenescência que torna os clones de células T antitumorais de pacientes mais idosos quantitativamente insuficientes e qualitativamente incapazes de provocar uma resposta efetiva contra as células tumorais. Assim, a imunoterapia com células T adotivas poderia ser dramaticamente melhorada com o uso de células T mais jovens, específicas contra o antígeno tumoral, derivadas do sangue de cordão umbilical.

Os autores obtiveram células T CD 8+ específicas contra antígenos tumorais e virais a partir de células mononucleares do sangue de cordão umbilical, sugerindo que ele pode ser uma importante fonte dessas células para uso em imunoterapias adotivas.

1. Anastasios E. Germenis & Vaios Karanikas. Cord blood as a source of non-senescent lymphocytes for tumor immunotherapy. Journal of Reproductive Immunology 85 (2010) 47–50.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Produção de Válvulas Cardíacas com Células-Tronco Derivadas do Sangue de Cordão Umbilical Humano

 







Em um artigo publicado na revista The Annals of Thoracic Surgery1, a equipe de pesquisadores da Universidade de Medicina Charité, em Berlim, Alemanha, descreve o uso de células-tronco derivadas do sangue de cordão umbilical (SCU) na produção de válvulas cardíacas. As células obtidas foram caracterizadas e diferenciadas em tipos celulares capazes de originar diferentes células para diferentes funções. Um polímero biodegradável foi usado como suporte para a produção das válvulas cardíacas. O polímero foi revestido com miofibroblastos e, posteriormente, com células endoteliais. Ambos os tipos celulares, componentes essenciais para a formação de válvulas cardíacas, foram obtidos a partir das células do SCU. As válvulas cardíacas foram posteriormente desenvolvidas num biorreator durante quatro semanas e sua análise macroscópica permitiu concluir que as válvulas produzidas se encontravam intactas e funcionais, abrindo e fechando sincronizadamente. Foi possível também observar a formação de uma estrutura compacta, organizada em várias camadas, e o crescimento celular para o interior dos poros do suporte biodegradável.

Este estudo demonstrou a possibilidade de gerar, em laboratório, elementos para auxiliar o tratamento de doenças cardiovasculares humanas a partir de células-tronco do SCU criopreservado, como única fonte celular.

1 - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20172137

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Cryopraxis/CellPraxis em destaque no Valor Econômico.


Em matéria do Jornal Valor Econômico, o Presidente da Cryopraxis/CellPraxis, Dr. Eduardo Cruz, fala do mais novo desafio do grupo: o desenvolvimento do mercado de terapia celular no Brasil através do lançamento do ReACT, Terapia Celular para Angina Refratária envolvendo células de medula óssea autóloga desenvolvida em parceria com a UNIFESP.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Células-tronco do Sangue de Cordão Umbilical Humano para o Tratamento da Incontinência Urinária de Esforço

Chung No Lee, Jin Beum Jang,Ji Young Kim, Chester Koh,Jin Young Baek, and Kyoung Jin Lee. Human Cord Blood Stem Cell Therapy for Treatment of Stress Urinary Incontinence. J Korean Med Sci 2010; 25: 813-6.

Pesquisadores do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade CHA de Seul na Coreia e do Instituto de Pesquisas Saban do Hospital da Criança em Los Angeles, EUA, publicaram no início de 2010 os resultados do protocolo clínico com o uso de células-tronco do sangue de cordão umbilical humano para o tratamento de incontinência urinária de esforço.

O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança e a eficácia da injeção transuretral de células -tronco do sangue do cordão umbilical para o tratamento da incontinência urinária de esforço.

Entre julho de 2005 e julho de 2006, 39 mulheres foram submetidas à ressecção transuretral com injeção de células-tronco do sangue do cordão umbilical, realizado por um operador em um único hospital.

Todas as pacientes tinham incontinência urinária de esforço. As pacientes foram avaliadas 1, 3 e 12 meses após a injeção das células. Não houve complicações pós-operatórias.

Na pesquisa da satisfação, 28 pacientes (77,8%) relataram melhora depois de um mês, 29 pacientes (83%) após três meses, e 26 (72,2%) apresentaram melhora contínua após 12 meses. A deficiência intrínseca do esfíncter e a queixa de incontinência mista melhoraram em dez pacientes avaliados por estudo urodinâmico.

Os resultados sugerem que a injeção transuretral das células-tronco do sangue do cordão umbilical humanos é um tratamento eficaz para mulheres com incontinência urinária de esforço.

O artigo completo pode ser acessado no endereço:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2877237/?tool=pubmed

terça-feira, 18 de maio de 2010

Consenso brasileiro para transplante de células-tronco hematopoéticas para tratamento de doenças auto-imunes

Foi publicado na Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia* o artigo: Consenso brasileiro para transplante de células-tronco hematopoéticas para tratamento de doenças auto-imunes.

Os autores fazem uma revisão da literatura internacional e analisam a experiência nacional com o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) para doenças auto-imunes. Segundo eles: “A evidência acumulada indica que o TCTH autólogo pode beneficiar pacientes com esclerose múltipla em fase inflamatória, refratária aos tratamentos medicamentosos disponíveis e pacientes com esclerose sistêmica cutânea difusa de caráter progressivo, com ou sem comprometimento sistêmico”.

No artigo os autores discutem os tratamentos convencionais, a experiência internacional, e os pontos de discussão e a experiência nacional em esclerose sistêmica e esclerose múltipla.

A conclusão dos autores é: “Dessa forma, o consenso de TCTH em doenças auto -imunes estabelece a indicação de transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas em pacientes com esclerose múltipla progressiva não responsiva à terapêutica convencional para pacientes com EDSS entre 3.0 e 6.5. As formas da doença que podem se beneficiar do transplante são as de surto-remissão, primária ou secundária progressiva, desde que haja evidências inflamatórias no momento da indicação do transplante. O TCTH está indicado também na forma maligna da EM, que é rapidamente progressiva e sabidamente irresponsiva a qualquer forma de tratamento”.

* Voltarelli, Júlio C.; Moraes, Daniela A.; Ribeiro, Andreza A.F.; Oliveira, Maria Carolina de; Rodrigues, Morgani; Brum, Doralina G.; Barreira, Amilton A.; Hamerschlak, Nelson

Brazilian consensus on hematopoietic stem cell transplantation for autoimmune diseases. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online]. ahead of print, pp. 0-0. Epub Apr 30, 2010. ISSN 1516-8484.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842010005000023&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

sábado, 15 de maio de 2010

Cryopraxis na novela das oito



No último capítulo da novela das 20h, o casal de protagonistas fez a coleta das células-tronco do sangue de cordão umbilical de seus gêmeos.

A Cryopraxis, responsável pelo procedimento protagonizado na novela, parabeniza a emissora por ter divulgado que a coleta de sangue de cordão representa uma real perspectiva na medicina e se sente honrada de ter ajudado na produção da cena.

Terapia com Células-Tronco para o tratamento de doença ocular

Pesquisadores do the North East England Stem Cell Institute (NESCI) acabam de publicar na revista Stem Cells1 o primeiro tratamento bem sucedido em oito pacientes com Deficiência das Células-tronco Límbicas (Limbal Stem Cell Deficiency - LSCD), usando as células-tronco do próprio paciente, sem necessidade de fazer supressão da imunidade.

LSCD é uma doença dolorosa que provoca cegueira e requer tratamento em longo prazo e de alto custo com visitas clínicas frequentes e hospitalizações intensivas. A LSCD afeta principalmente pacientes jovens.

O estudo demonstrou que o transplante das células-tronco da córnea cultivadas é um método seguro e eficaz na reconstrução da superfície da córnea em pacientes com LSCD unilateral.

Os pacientes com LSCD unilateral foram acompanhados durante 19 meses, antes da publicação do trabalho. Nenhum efeito adverso foi relatado e 100% dos pacientes tiveram recuperação total do epitélio da córnea. No último exame realizado (2009) a acuidade visual melhorou em cinco olhos enquanto em três permaneceu sem modificação.

Os pesquisadores estão animados com o resultado e esperam poder estender o tratamento para a clínica assim que o Estudo Clínico em andamento, com 24 novos pacientes, for completado.

Kolli S, Ahmad S, Lako M, Figueiredo F, "Successful clinical implementation of corneal epithelial stem cell therapy for treatment of unilateral limbal stem cell deficiency", STEM CELLS, 2009, DOI: 10.1002/stem.276

http://www3.interscience.wiley.com/journal/123210049/abstract

segunda-feira, 10 de maio de 2010

As células formadoras de vasos (CD 133), derivadas ou expandidas do sangue de cordão, são melhores para a função cardíaca?

Este é o título do trabalho científico1 que um grupo de pesquisadores da PUC e do Instituto Oswaldo Cruz do Paraná, acaba de publicar na Revista Experimental Biology and Medicine. Os pesquisadores, chefiados pelo Dr. Paulo Brofman e Marco Krieger discutem a possibilidade de uso das células endoteliais, oriundas do sangue de cordão umbilical humano, isoladas e expandidas em laboratório no infarto agudo do miocárdio.


As células-tronco comprometidas a se transformar em endoteliais – células-tronco endoteliais, que expressam o marcador CD133 - podem se diferenciar em células endoteliais maduras e criar novos vasos sanguíneos – angiogênese. A angiogênese normal não é capaz de regenerar os tecidos lesionados que resultam no infarto do miocárdio (IM). Pacientes que apresentam alto risco cardiovascular possuem poucas células-tronco endoteliais e suas células exibem fragilidade em laboratório. Assim, os autores propõem que as células-tronco endoteliais oriundas do sangue de cordão umbilical humano sejam usadas como uma alternativa para recuperar a funcionalidade do órgão.


Para testar essa idéia, células-tronco CD 133 foram purificadas do sangue de cordão umbilical, expandidas em laboratório e usadas no tratamento de ratos com infarto do miocárdio. Os animais foram divididos em 3 (três) grupos: no primeiro foram injetadas as células CD 133 apenas purificadas; no segundo as células CD 133 purificadas e expandidas em laboratório; e o terceiro recebeu apenas uma solução salina, sem células.


Os resultados mostraram que houve melhora na função cardíaca dos ratos que receberam as células, quando comparados àqueles que receberam apenas solução salina. Tanto as células purificadas como aquelas purificadas e expandidas revelaram a mesma qualidade de resposta.


Por fim, os autores concluem que as células CD 133 purificadas e expandidas do sangue de cordão umbilical, não perdem sua atividade biológica e são uma promessa de uso nas cardiomiopatias.


1. Are purified or expanded cord blood-derived CD1331 cells better at improving cardiac function?


Senegaglia AC, Barboza LA, Dallagiovanna B, Aita CAM, Hansen P, Rebelatto CLK, Aguiar AM, Miyague NI, Shigunov P, Barchiki F, Correa A, Olandoski M, Krieger MA and Brofman PRS.


Experimental Biology and Medicine 2010; 235: 119–129.


http://ebm.rsmjournals.com/cgi/content/full/235/1/119

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Células Mononucleares do Sangue de Cordão Umbilical Humano Diminuem a Fibrose e Aumentam a Função Cardíaca em Cardiomiopatias

Pesquisadores do Centro de Pesquisas Cardiovascular da Universidade do sul da Flórida demonstraram que as células mononucleares do sangue de cordão umbilical humano são capazes de melhorar a função cardíaca.

Os pesquisadores Robert J Henning, Jeffrey Aufman, Masood Shariff, Darrell Sawmiller, Vincent DeLostia, Paul Sanberg e Michael Morgan mostraram, em artigo publicado na revista Regenerative Medicine1, que as células mononucleares do sangue de cordão umbilical humano (SCUH) são capazes de limitar a cardiomiopatia progressiva em hamsters.

O estudo, usando 45 hamsters com cardiomiopatia induzida, mostrou que aqueles (22) nos quais foram injetadas as células mononucleares do SCUH apresentaram uma diminuição da fibrose no músculo cardíaco e aumento da contractilidade, cinco meses após a injeção, quando comparados com aqueles (23) que apresentavam cardiomiopatia e foram tratados apenas com salina.

Nesse trabalho, os autores não determinaram os mecanismos específicos de ação das células mononucleares do SCUH, e foi sugerido que a presença de fatores de crescimento e citoquinas antiinflamatórias liberadas pelas células iniciaram um processo parácrino capaz de induzir também a formação de novos vasos sanguíneos.

Estudos em andamento nos laboratórios do Centro de Pesquisas Cardiovascular da USF esperam determinar os fatores de crescimento específicos e as citoquinas antiinflamatórias por meio das quais o SCUH exerce seus efeitos em modelos animais de cardiomiopatia.

http://www.futuremedicine.com/doi/abs/10.2217/rme.09.71?url_ver=Z39.882003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%3dncbi.nlm.nih.gov


1. Henning, R. e col. Human umbilical cord blood mononuclear cells decrease fibrosis and increase cardiac function in cardiomyopathy. Regen. Med. (2010) 5(1), 45–54.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cryopraxis e UNIFESP desenvolvem Terapia Celular para Angina Refratária (ReACT) envolvendo células de medula óssea autóloga




Terapia Celular para Angina Refratária (ReACT) envolvendo células de medula óssea autóloga em pacientes sem disfunção ventricular esquerda: Possível papel de Monócitos.


O transplante de células mononucleares da medula óssea emerge como opção terapêutica potencial para pacientes com angina refratária.Os autores relatam, nesse trabalho, o estudo de segurança e eficácia do Protocolo CellPraxis (Divisão de pesquisa da Cryopraxis) de Terapia Celular para angina refratária (ReACT), no qual uma formulação específica com células mononucleares da medula óssea autóloga foi administrada como única terapia a esses pacientes. O estudo clínico aberto, não controlado, de Fase I/II, envolveu 8 pacientes com angina refratária e miocárdio isquêmico viável, sem disfunção ventricular esquerda e que não eram candidatos a revascularização miocárdica convencional.O acompanhamento de 12 e 18 meses mostrou uma redução na área isquêmica em correlação com a formulação administrada. A maioria dos pacientes apresentou uma melhora progressiva na classificação da angina, observada após 3 meses do procedimento e mantida no acompanhamento de 18 meses.Os autores concluem que o ReACT é seguro e eficiente e que a correlação positiva entre o número de monócitos e a melhora dos pacientes aponta para um efeito da formulação celular presente no ReACT.


Nelson Americo Hossne Jr*, Adriana Luckow Invitti†‡, Enio Buffolo*, Silvia Azevedo†,José Salvador Rodrigues de Oliveira§, Noedir Groppo Stolf¶, L. Eduardo Cruz†‡, e Paul R. Sanberg#, Refractory Angina Cell Therapy (ReACT) Involving Autologous Bone Marrow Cells in Patients Without Left Ventricular Dysfunction: A Possible Role for Monocytes.


Cell Transplantation, Vol. 18, pp. 1299–1310, 2009.1


Leia o artigo completo em:
http://www.ingentaconnect.com/content/cog/ct/2009/00000018/00000012/art00004


Veja a reportagem da Folha de São Paulo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u723344.shtml

quinta-feira, 11 de março de 2010

Primeiro uso de células-tronco de Sangue de Cordão Umbilical expandidas para tratamento de Leucemia.

1. Colleen Delaney, Shelly Heimfeld, Carolyn Brashem-Stein, Howard Voorhies, Ronald L Manger & Irwin D Bernstein. Notch-mediated expansion of human cord blood progenitor cells capable of rapid myeloid reconstitution. Nature Medicine, published online 17 January 2010.


Pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Research Center desenvolveram um sistema de cultura para células-tronco do sangue de cordão umbilical, usando uma estratégia de expansão em laboratório, a qual aumenta a eficácia da reconstituição da medula óssea.


O estudo demonstrou rápida reconstituição hematopoética em modelos animais e em estudos clínicos de fase 1 com pacientes tratados com quimioterapia.


Segundo os especialistas, a estratégia pode levar a resultados clínicos que permitirão reduzir a morbidade e mortalidade nessas doenças.


Em estudo publicado na revista Nature Medicine, Colleen Delaney e seus colegas do Fred Hutchinson Cancer Research Center descrevem uma técnica que permite a expansão in vitro, em larga escala, das células-tronco obtidas do sangue de cordão umbilical, que foram depois infundidas em pacientes com leucemia e resultaram em uma bem sucedida e rápida recuperação medular.


O número limitado de células-tronco no sangue de cordão umbilical tem sido uma das razões para que o transplante do sangue de cordão umbilical leve à uma recuperação da medula óssea mais lenta e tenha uso mais restrito em adultos, devido ao maior peso. Quanto mais longa a recuperação da medula óssea, maior o risco de que os pacientes, que estão com o sistema imune comprometido, adquiram infecções oportunistas.


De acordo com a Dra. Delaney, a importância desse estudo está no fato de que a expansão das células-tronco do sangue de cordão umbilical pode ser feita sem que aconteça a diferenciação das células – elas são expandidas, mas continuam com as características de células-tronco, sem se diferenciarem. Quando infundidas nos pacientes, essas células rapidamente dão origem a leucócitos e outros componentes do sistema sanguíneo.


A expansão das células foi possível com o uso de uma proteína capaz de ativar a proliferação das células-tronco, sem diferenciação. Esta técnica foi desenvolvida pelo Dr. I. Bernstein, do mesmo Instituto de pesquisa e publicada em 2000. Uma década de pesquisa levou à bem sucedida passagem do laboratório para a clínica.


O método foi capaz de aumentar 164 vezes o número de células CD 34+, uma célula-tronco multipotente que dá origem a todas as células do sangue e que está presente no sangue de cordão umbilical.


O estudo descreve ainda o resultado da infusão dessas células em 10 pacientes que receberam duas unidades de sangue de cordão para tratar leucemias agudas de alto risco. Cada paciente recebeu uma unidade de células-tronco não manipulada e uma unidade de células-tronco expandida em laboratório. Os pesquisadores avaliaram a segurança da infusão das células expandidas, assim como o tempo de reconstituição do sistema sanguíneo, o tempo de duração do transplante e quais as células-tronco que contribuíram mais para a reconstituição.


Os resultados mostraram que as células expandidas diminuíram o tempo de reconstituição em uma semana. Sete dos 10 pacientes estão vivos, sem evidência da doença e sem reação de rejeição das células infundidas.

Células de sangue de cordão umbilical reprogramadas para expressar pluripotência

Pesquisas recentes mostram que as células somáticas podem ser reprogramadas para o estado de pluripotência – característico das células-tronco embrionárias. A maioria dos trabalhos publicados usa os fibroblastos de pele ou outros tipos celulares que exigem uma intervenção cirúrgica para sua obtenção. Para a aplicação clínica em terapias futuras é desejável que as células a serem reprogramadas possam estar disponíveis e ser coletadas sem procedimentos invasivos.
No último número da revista Cell Stem Cell dois grupos independentes demonstraram que o sangue de cordão umbilical é uma fonte disponível de células somáticas que podem ser reprogramadas para expressar pluripotência.

Belmonte e col.1 Obtiveram células pluripotentes a partir de células de sangue de cordão umbilical criopreservadas por mais de cinco anos, com maior eficiência e com menor número de fatores indutores de diferenciação do que aqueles obtidos a partir de fibroblastos. Este experimento mostrou que a criopreservação das células não foi capaz de alterar sua capacidade de diferenciação.

O grupo de Martin e col.2, por outro lado, reprogramou células oriundas do sangue de cordão umbilical que passaram a expressar pluripotência e, posteriormente, foram diferenciadas em células musculares cardíacas funcionais, além de outros tipos celulares.

As células de SCU podem se tornar a fonte preferencial de material para terapias futuras mediadas por células-tronco pluripotentes induzidas uma vez que elas são mais jovens e acumulam menos mutações do que aquelas isoladas de adultos.


Referências Bibliográficas


1 - http://www.cell.com/cell-stem-cell/fulltext/S1934-5909(09)00453-6


2 - http://www.cell.com/cell-stem-cell/fulltext/S1934-5909(09)00445-7

Cryopraxis investe em pesquisas com Células-Tronco no tratamento de doenças neurodegenerativas

A Cryopraxis, por meio de sua divisão de Terapia Celular – a CellPraxis - tem investido em pesquisas pré-clínicas e clínicas das doenças do envelhecimento, particularmente as doenças cardíacas (revista Cryopraxis, nº04) e neurológicas. Os resultados dessas pesquisas foram traduzidos em três artigos científicos, publicados nesse ano, que representam os passos iniciais para a transposição da pesquisa experimental em aplicação como terapia corrente.


As duas maiores linhas que investigam os mecanismos da terapia celular nas doenças neurodegenerativas tem discutido se as células-tronco transplantadas repõem as células danificadas do hospedeiro ou se elas servem como um agente de liberação de fatores capazes de ativar as células do próprio indivíduo a se diferenciarem.


A terapia celular para o tratamento das desordens neurológicas tem obtido considerável progresso em experimentos pré-clínicos e clínicos. A análise desse progresso foi tratada em dois trabalhos de revisão publicados recentemente. No primeiro deles1 é feita uma revisão do 15º Encontro Anual da Sociedade Americana para a Terapia e Reparo Neural (The annual meeting of the American Society for Neural Therapy and Repair -ASNTR) de 2008. Nesse encontro foram discutidos os últimos resultados das pesquisas para as doenças neurodegenerativas, cobrindo tópicos que vão desde as pesquisas básicas aos mecanismos das doenças como Doença de Parkinson, Alzheimer e Acidente Vascular Cerebral, incluindo estudos de uso das células-tronco de diferentes fontes nos transplantes e as condições necessárias para maximizar a eficácia das células-tronco endógenas (células-tronco neuronais) e exógenas (células-tronco de medula óssea, sangue de cordão umbilical e células-tronco embrionárias). Foram discutidas também as técnicas para isolamento, purificação, diferenciação e migração dessas células. Outros estudos foram focados em métodos avançados de aplicação de células e fatores específicos por meio da engenharia tecidual ou manipulação celular por injeção simples.


Em trabalho publicado recentemente2 foi possível demonstrar que a injeção de agentes que aumentavam a permeabilidade da barreira hemato-encefálica (manitol) facilitavam a chegada dos fatores liberados pelas células-tronco de sangue de cordão umbilical humano, por meio de injeção intravenosa, em animais recém-nascidos com hipóxia cerebral. A associação do manitol com a infusão das células-tronco de sangue de cordão umbilical apresentou uma melhora de 40% na recuperação motora desses animais.


O uso potencial de diferentes células ou tecidos para transplante na Doença de Parkinson está sob intensa investigação. Os resultados de estudos em animais demonstraram que o transplante de células progenitoras neuronais exógenas (NPCs) pode estimular a proliferação das células neuronais endógenas (locais), levando-as a proliferação, migração e diferenciação associado a proteção das áreas lesionadas. Outros transplantes com células de origem neural no sítio da lesão foram capazes de restaurar a função de neurônios em primatas e o uso de células-tronco de sangue de cordão umbilical humano aplicado a roedores com Doença de Parkinson apresentou resultados animadores.


O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças mais estudadas, sendo a terceira maior causa de morte, atrás apenas das doenças cardíacas e alguns tipos de câncer. No 15º Encontro Anual da Sociedade Americana para a Terapia e Reparo Neural um grande número de pesquisadores apresentou seus resultados com terapia celular. Animais com AVC submetidos ao implante de células-tronco mesenquimais de medula óssea induzidas a se diferenciar em células neuronais, apresentaram melhora das funções neurológicas, sendo que estas células se mantiveram no local da injeção três meses após o transplante. Outro grupo de pesquisas mostrou que células-tronco de medula óssea humana eram capazes de proteger as células neuronais, diminuindo a morte celular por meio da liberação de fatores específicos. A dose celular capaz de melhorar as funções neurológicas em ratos com AVC foi determinada, enquanto a fração de células monocíticas parece ser crítica para a recuperação das funções quando a fonte de células-tronco utilizada foi o sangue de cordão umbilical humano. Essas células demonstraram ser capazes de recrutar e favorecer a diferenciação das células precursoras dos neurônios no sítio da lesão. Os resultados iniciais de um estudo clínico de Fase I em pacientes com AVC crônico submetidos à infusão de células-tronco autólogas mostraram uma melhora considerável no déficit neurológico.


O segundo trabalho de revisão3 mostra os avanços das terapias com células-tronco de diferentes fontes nas doenças neurodegenerativas e discute a importância de elucidar os mecanismos de migração após o transplante das células e sua fixação e funcionamento no sítio da lesão. O trabalho aponta ainda a importância do estabelecimento de normas regulatórias para o uso dessas terapias de tal forma que elas sejam seguras, reprodutíveis e eficientes. Mostra que, ainda que as pesquisas para esclarecer essas questões estejam em andamento, um acúmulo de evidências aponta o papel crítico das células-tronco na modulação da reação inflamatória.


1. .Park DH, Eve DJ, Borlongan CV, Klasko SK, Cruz E, Sanberg P.R . From the basics to application of cell therapy, a steppingstone to the conquest of neurodegeneration: a meeting report.2009 Med Sci Monit. 15(2):RA23-31.
2. Yasuhara T, Hara K, Maki M, Xu L, Yu G, Ali MM, Masuda T, Yu SJ, Bae EK, Hayashi T, Matsukawa N, Kaneko Y, Kuzmin-Nichols N, Ellovitch S, Cruz E., Klasko SK, Sanberg CD, Sanberg PR, Borlongan CV. Mannitol facilitates neurotrophic factor upregulation and behavioral recovery in neonatal hypoxic-ischemic rats with human umbilical cord blood grafts. : J Cell Mol Med. 2009 Feb 4.
3. Dong-Hyuk Park, David J. Eve, James Musso III, Stephen K. Klasko, Eduardo Cruz, Cesario V. Borlongan, Paul R. Sanberg. Inflammation and Stem Cell Migration to the Injured Brain in Higher Organisms. Stem Cells and Development. 2009 Jun;18(5):693-702.

Tratamento de lesão raquimedular: estudo clínico piloto

Terça-feira, 26 de Janeiro de 2010


USO DE CÉLULAS MESENQUIMAIS ESTROMAIS AUTÓLOGAS DE MÉDULA ÓSSEA, EXPANDIDAS EX VIVO, NO TRATAMENTO DE LESÃO RAQUIMEDULAR: ESTUDO CLÍNICO PILOTO


Nos últimos anos, o tratamento da lesão raquimedular com células-tronco autólogas tem trazido esperanças a essa condição médica para a qual não há tratamento convencional. Estudos pré-clínicos feitos pelo mesmo grupo mostraram que a infusão de células-tronco mesenquimais obtidas da medula óssea em animais apresentava resultados encorajadores. Com base nesses resultados foi feito um estudo piloto para verificar a segurança e eficácia do método.


Trinta pacientes que apresentavam lesão raquimedular aguda (até 6 meses após a lesão) e subaguda (acima de 6 meses após a lesão) foram submetidos ao implante de células-tronco mesenquimais autólogas obtidas de medula óssea. As células-tronco da medula óssea foram coletadas por punção da crista ilíaca e as células mesenquimais isoladas, caracterizadas e expandidas em laboratório. Após testadas pelo controle de qualidade, uma dose de 1 milhão de células mesenquimais/Kg de peso corporal foram injetadas via punção lombar.


O acompanhamento foi feito durante 3, 2 e 1 ano após o transplante de células-tronco mesenquimais. Nenhum dos pacientes reportou eventos adversos.


Os resultados indicaram que o procedimento é seguro. O número de pacientes recrutados não permitiu aos pesquisadores a análise da eficácia. Segundo eles, entretanto, os resultados obtidos recomendam estudos clínicos posteriores com doses mais altas de células e diferentes vias de administração de tal forma que seja possível determinar a eficácia do método.


Ex vivo-expanded autologous bone marrow-derived mesenchymal stromal cells in human spinal cord injury / paraplegia: a pilot clinical study
Rakhi Pal 1*, Neelam K. Venkataramana 2*, Abhilash Bansal 3, Sudheer Balaraju 1, Majahar Jan 1, Ravi Chandra 3, Ashish Dixit 3, Amit Rauthan 3, Uday Murgod 3 and Satish Totey Cytotherapy, 11(7): 897-911. 2009.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Primeiro uso de células-tronco de Sangue de Cordão Umbilical expandidas para tratamento de Leucemia

1. Colleen Delaney, Shelly Heimfeld, Carolyn Brashem-Stein, Howard Voorhies, Ronald L Manger & Irwin D Bernstein. Notch-mediated expansion of human cord blood progenitor cells capable of rapid myeloid reconstitution. Nature Medicine, published online 17 January 2010.

Pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Research Center desenvolveram um sistema de cultura para células-tronco do sangue de cordão umbilical, usando uma estratégia de expansão em laboratório, a qual aumenta a eficácia da reconstituição da medula óssea.

O estudo demonstrou rápida reconstituição hematopoética em modelos animais e em estudos clínicos de fase 1 com pacientes tratados com quimioterapia.

Segundo os especialistas, a estratégia pode levar a resultados clínicos que permitirão reduzir a morbidade e mortalidade nessas doenças.

Em estudo publicado na revista Nature Medicine, Colleen Delaney e seus colegas do Fred Hutchinson Cancer Research Center descrevem uma técnica que permite a expansão in vitro, em larga escala, das células-tronco obtidas do sangue de cordão umbilical, que foram depois infundidas em pacientes com leucemia e resultaram em uma bem sucedida e rápida recuperação medular.

O número limitado de células-tronco no sangue de cordão umbilical tem sido uma das razões para que o transplante do sangue de cordão umbilical leve à uma recuperação da medula óssea mais lenta e tenha uso mais restrito em adultos, devido ao maior peso. Quanto mais longa a recuperação da medula óssea, maior o risco de que os pacientes, que estão com o sistema imune comprometido, adquiram infecções oportunistas.

De acordo com a Dra. Delaney, a importância desse estudo está no fato de que a expansão das células-tronco do sangue de cordão umbilical pode ser feita sem que aconteça a diferenciação das células – elas são expandidas, mas continuam com as características de células-tronco, sem se diferenciarem. Quando infundidas nos pacientes, essas células rapidamente dão origem a leucócitos e outros componentes do sistema sanguíneo.

A expansão das células foi possível com o uso de uma proteína capaz de ativar a proliferação das células-tronco, sem diferenciação. Esta técnica foi desenvolvida pelo Dr. I. Bernstein, do mesmo Instituto de pesquisa e publicada em 2000. Uma década de pesquisa levou à bem sucedida passagem do laboratório para a clínica.

O método foi capaz de aumentar 164 vezes o número de células CD 34+, uma célula-tronco multipotente que dá origem a todas as células do sangue e que está presente no sangue de cordão umbilical.

O estudo descreve ainda o resultado da infusão dessas células em 10 pacientes que receberam duas unidades de sangue de cordão para tratar leucemias agudas de alto risco. Cada paciente recebeu uma unidade de células-tronco não manipulada e uma unidade de células-tronco expandida em laboratório.

Os pesquisadores avaliaram a segurança da infusão das células expandidas, assim como o tempo de reconstituição do sistema sanguíneo, o tempo de duração do transplante e quais as células-tronco que contribuíram mais para a reconstituição.

Os resultados mostraram que as células expandidas diminuíram o tempo de reconstituição em uma semana. Sete dos 10 pacientes estão vivos, sem evidência da doença e sem reação de rejeição das células infundidas.