terça-feira, 17 de agosto de 2010

Cryopraxis em destaque na Revista Época Negócios

A Cryopraxis teve destaque na matéria  "A biotecnologia no Brasil - Mais de 100 empresas fazem esta revolução." da revista Época Negócios do mês de agosto de 2010. A matéria trata da mais nova – e talvez fascinante – revolução tecnológica criada pelo homem e mostra as empresas brasileiras com destaque nesse setor.

Vejam as fotos e informações da Cryopraxis que sairam na matéria:





Células-tronco 22 anos após o 1° uso de sangue do cordão umbilical.

Dallas Hextell: Uma história emocionante

O bebê Dallas, filho do casal Hextell, de Sacramento, Califórnia, logo após o nascimento não era capaz de se alimentar e chorava muito. Aos 5 meses, não apresentava equilíbrio e raramente abria os olhos. Aos 8 meses, pediatras fizeram o diagnóstico de paralisia cerebral.

Aos 18 meses, Dallas tinha suas habilidades motoras muito limitadas. Ele não podia engatinhar, aplaudir ou sentar-se e se comunicava apenas por gritos interpostos, em sua maioria, por dor e frustração.

Não há cura conhecida para a paralisia cerebral, e os tratamentos para ajudar a administrar os efeitos debilitantes da doença a tornam a segunda deficiência de tratamento médico mais caro.

O casal, que havia planejado e aguardado tanto um filho, cercou-se de cuidados e tomou a decisão de armazenar o sangue do cordão umbilical do bebê ao nascimento.

Depois que a doença de Dallas foi diagnosticada, o sangue do cordão umbilical armazenado tornou-se a única esperança que seus pais vislumbraram e eles não pouparam esforços em busca de uma solução. O casal viajou para a Universidade de Duke, na Carolina do Norte (EUA), onde os médicos estavam usando o sangue do cordão como parte de uma pesquisa de um novo tratamento em crianças que tiveram paralisia cerebral ou lesões cerebrais e que haviam armazenado o sangue do cordão umbilical. Logo que chegaram à Universidade de Duke, suas esperanças aumentaram muito, pois puderam conversar com os pais das crianças que já haviam se submetido ao tratamento, e todos eles relataram melhora significativa de seus filhos após o transplante de células-tronco. A melhora de expressão e habilidades motoras era realmente surpreendente.

Assim, após os cientistas constatarem que Dallas atendia aos critérios exigidos para o procedimento, ele foi submetido ao tratamento, que consistiu em infundir as células do sangue do cordão umbilical do próprio Dallas, coletadas ao nascer.

Após cinco dias, os pais de Dallas não acreditavam no que viam: ele agora era uma criança diferente, ria, aplaudia, acenava e reagia a estímulos como nunca visto antes.

O Dr. Ralph Snyderman, chefe da equipe médica da Universidade de Duke, diz, cauteloso: ”Apesar de não ser um estudo de caso controlado, o resultado da infusão das células-tronco não deve ser desprezado, porque não apenas impediu o avanço dos sintomas como apresentou uma surpreendente melhora.” E continua: “Eu levo isso muito a sério e acho que é um lembrete de quão extraordinário é esse material que é jogado fora com a placenta, na sala de parto, como uma espécie de resíduo médico, mas que pode ter aplicações extraordinárias!”

O início

A história do uso de células-tronco do sangue do cordão umbilical em pacientes teve início com Matthew, de 5 anos de idade na época do transplante. O menino apresentava uma doença do sangue muito grave conhecida como anemia de Fanconi. O paciente só poderia ser curado por um transplante, mas não havia doadores de medula óssea compatíveis. Sua médica, a Dra. Joanne Kutzberg, atenta aos avanços científicos, havia orientado, três anos antes, a mãe de Matthew a coletar e armazenar o sangue do cordão umbilical da irmã dele ao nascer. Uma análise laboratorial revelou que os irmãos eram totalmente compatíveis e que as células da irmã poderiam ser utilizadas com segurança.

Assim, em 1988 (há 22 anos), uma parceria entre as equipes da Dra. Eliane Gluckman, do Hospital St. Louis,em Paris, do Dr. Broxmeyer e da Dra. Kurtzberg possibilitou o tratamento pioneiro que iria revolucionar a Medicina a partir de então.

Após 18 dias, a contar do transplante, o paciente começou a se recuperar: o transplante havia sido bem-sucedido!

A comemoração do 20º aniversário do primeiro transplante de sangue do cordão umbilical foi realizada no 6° Simpósio Anual Internacional de Transplante de Sangue de Cordão, em junho de 2008, em Los Angeles. Matthew estava presente com seu filho.

Dez anos depois, foi a vez de o Brasil ser o palco de mais um caso surpreendente, trazendo-nos mais um capítulo emocionante dessa história.

O primeiro transplante de sangue de cordão autólogo, ou seja,utilizado pela própria criança de quem foi coletado, foi realizado pelos médicos do Hospital Albert Einstein de São Paulo. Gabriela,aos 2 anos e meio, recebeu o diagnóstico de neuroblastoma e foi submetida a transplante com sangue de seu cordão umbilical.

O mais surpreendente, nesse caso, é que suas células haviam sido coletadas e armazenadas ao nascer para serem usadas no tratamento de seu irmão, Guilherme, de 12 anos, que apresentava uma leucemia linfóide aguda. Logo, esse caso foi resultado de uma incrível coincidência.

Guilherme, que havia feito um transplante com as células da sua medula óssea para garantir que sua doença não evoluísse até que a irmãzinha nascesse e pudesse ter o sangue do cordão umbilical coletado, não voltou a apresentar a doença e os dois estão bem até hoje.

Esses e vários outros casos de utilização de células-tronco de sangue do cordão umbilical com sucesso incentivaram a criação de bancos de sangue do cordão umbilical no mundo todo. A Cryopraxis foi a pioneira no Brasil, ao ofertar este serviço tão nobre e cada vez mais valioso para seus clientes.

Hoje, o uso do sangue do cordão umbilical é uma realidade, tanto para crianças quanto para adultos que apresentam doenças hematológicas, como linfomas, leucemias, mielomas, e ainda para tumores sólidos, como retinoblastoma, neuroblastoma e insuficiência na medula óssea.

Essas células, que já possuíam um valor inestimável por sua utilização nas doenças hematológicas, como demonstrado nos casos de Matthew e Gabriela, são agora objeto de um novo avanço na história da ciência médica.

Sangue do cordão umbilical e seu uso na Medicina Regenerativa

No final do ano de 1999, pesquisadores demonstraram que as células-tronco da medula óssea e, um pouco mais tarde, do sangue do cordão umbilical, poderiam formar, além de células do sangue, células de outros tecidos, como ossos, cartilagens, neurônios, células cardíacas.

Pesquisas começaram a explorar a eficácia dessas células para a correção de doenças cardíacas, lesões cerebrais, paraplegias, doenças oculares e doenças autoimunes. Essas pesquisas, em humanos, têm demonstrado bons resultados, como mostrado no caso do bebê Dallas, na diabetes tipo I, e em algumas doenças cardíacas, entre outras enfermidades.

Nas primeiras pesquisas em humanos, a medula óssea foi usada como fonte de células-tronco porque era necessário usar as células do próprio paciente. Como a maioria dos pacientes estava na faixa etária de 50 anos, essa era a única fonte de células-tronco disponível em quantidade suficiente para um tratamento.

Recentemente, estudos para o tratamento de doenças pediátricas começaram a ser feitos com o uso das células-tronco autólogas (em terminologia médica, autólogo significa que a criança recebeu as suas próprias células) de crianças que tinham o sangue do cordão umbilical armazenado.

Para os pacientes e seus familiares que possuem doenças para as quais essas células podem trazer benefícios, o tempo decorrido entre as descobertas e o tratamento efetivo pode parecer longo. Entretanto, é importante levar em consideração que as pesquisas médicas devem ser conduzidas com muito rigor e que a evolução vista em 22 anos é surpreendente quando comparada com os avanços da medicina no século passado.

Assim, ter o sangue do cordão umbilical armazenado é o primeiro passo para se beneficiar de um estudo clínico ou mesmo de terapias consolidadas. Além disso, para os ensaios clínicos, o banco responsável pela coleta e armazenamento dessas células deve cumprir rigorosos padrões técnicos e ser “acreditado por uma organização internacionalmente reconhecida.

A Cryopraxis, atenta ao desenvolvimento científico nessa área, mais uma vez se antecipa para garantir que seus clientes possam ser beneficiados por esses avanços, submetendo-se à acreditação pela AABB (American Association of Blood Banks).

Os resultados confirmam as vantagens do armazenamento para uso autólogo do sangue do cordão umbilical.

Veja a matéria com imagens e infográficos em http://www.cryopraxis.com.br/images/Revista%20Cryopraxis_06ed_pags%205%20a%209.pdf

Sangue de Cordão Umbilical pode ser uma nova fonte de linfócitos para Imunoterapia contra o Câncer




Pesquisadores do Departamento de Imunologia e Histocompatibilidade da Escola de Medicina da Universidade de Thessalia (Grécia), publicaram no Journal of Reproductive Immunology1 um trabalho mostrando que linfócitos T do sangue de cordão umbilical podem ser uma fonte de células T jovens, usadas na imunoterapia adotiva.

Apesar de estudos experimentais terem demonstrado que o sistema imunológico pode ser aproveitado para combater as células cancerosas, apenas um pequeno número de pacientes é curado em regimes de imunoterapia para aumentar a resposta imunológica autóloga. Descobertas recentes indicam que a baixa taxa de resposta associada à imunoterapia convencional contra o câncer pode ser atribuída, pelo menos em parte, ao processo de imunocenescência que torna os clones de células T antitumorais de pacientes mais idosos quantitativamente insuficientes e qualitativamente incapazes de provocar uma resposta efetiva contra as células tumorais. Assim, a imunoterapia com células T adotivas poderia ser dramaticamente melhorada com o uso de células T mais jovens, específicas contra o antígeno tumoral, derivadas do sangue de cordão umbilical.

Os autores obtiveram células T CD 8+ específicas contra antígenos tumorais e virais a partir de células mononucleares do sangue de cordão umbilical, sugerindo que ele pode ser uma importante fonte dessas células para uso em imunoterapias adotivas.

1. Anastasios E. Germenis & Vaios Karanikas. Cord blood as a source of non-senescent lymphocytes for tumor immunotherapy. Journal of Reproductive Immunology 85 (2010) 47–50.