segunda-feira, 10 de maio de 2010

As células formadoras de vasos (CD 133), derivadas ou expandidas do sangue de cordão, são melhores para a função cardíaca?

Este é o título do trabalho científico1 que um grupo de pesquisadores da PUC e do Instituto Oswaldo Cruz do Paraná, acaba de publicar na Revista Experimental Biology and Medicine. Os pesquisadores, chefiados pelo Dr. Paulo Brofman e Marco Krieger discutem a possibilidade de uso das células endoteliais, oriundas do sangue de cordão umbilical humano, isoladas e expandidas em laboratório no infarto agudo do miocárdio.


As células-tronco comprometidas a se transformar em endoteliais – células-tronco endoteliais, que expressam o marcador CD133 - podem se diferenciar em células endoteliais maduras e criar novos vasos sanguíneos – angiogênese. A angiogênese normal não é capaz de regenerar os tecidos lesionados que resultam no infarto do miocárdio (IM). Pacientes que apresentam alto risco cardiovascular possuem poucas células-tronco endoteliais e suas células exibem fragilidade em laboratório. Assim, os autores propõem que as células-tronco endoteliais oriundas do sangue de cordão umbilical humano sejam usadas como uma alternativa para recuperar a funcionalidade do órgão.


Para testar essa idéia, células-tronco CD 133 foram purificadas do sangue de cordão umbilical, expandidas em laboratório e usadas no tratamento de ratos com infarto do miocárdio. Os animais foram divididos em 3 (três) grupos: no primeiro foram injetadas as células CD 133 apenas purificadas; no segundo as células CD 133 purificadas e expandidas em laboratório; e o terceiro recebeu apenas uma solução salina, sem células.


Os resultados mostraram que houve melhora na função cardíaca dos ratos que receberam as células, quando comparados àqueles que receberam apenas solução salina. Tanto as células purificadas como aquelas purificadas e expandidas revelaram a mesma qualidade de resposta.


Por fim, os autores concluem que as células CD 133 purificadas e expandidas do sangue de cordão umbilical, não perdem sua atividade biológica e são uma promessa de uso nas cardiomiopatias.


1. Are purified or expanded cord blood-derived CD1331 cells better at improving cardiac function?


Senegaglia AC, Barboza LA, Dallagiovanna B, Aita CAM, Hansen P, Rebelatto CLK, Aguiar AM, Miyague NI, Shigunov P, Barchiki F, Correa A, Olandoski M, Krieger MA and Brofman PRS.


Experimental Biology and Medicine 2010; 235: 119–129.


http://ebm.rsmjournals.com/cgi/content/full/235/1/119