terça-feira, 18 de maio de 2010

Consenso brasileiro para transplante de células-tronco hematopoéticas para tratamento de doenças auto-imunes

Foi publicado na Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia* o artigo: Consenso brasileiro para transplante de células-tronco hematopoéticas para tratamento de doenças auto-imunes.

Os autores fazem uma revisão da literatura internacional e analisam a experiência nacional com o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) para doenças auto-imunes. Segundo eles: “A evidência acumulada indica que o TCTH autólogo pode beneficiar pacientes com esclerose múltipla em fase inflamatória, refratária aos tratamentos medicamentosos disponíveis e pacientes com esclerose sistêmica cutânea difusa de caráter progressivo, com ou sem comprometimento sistêmico”.

No artigo os autores discutem os tratamentos convencionais, a experiência internacional, e os pontos de discussão e a experiência nacional em esclerose sistêmica e esclerose múltipla.

A conclusão dos autores é: “Dessa forma, o consenso de TCTH em doenças auto -imunes estabelece a indicação de transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas em pacientes com esclerose múltipla progressiva não responsiva à terapêutica convencional para pacientes com EDSS entre 3.0 e 6.5. As formas da doença que podem se beneficiar do transplante são as de surto-remissão, primária ou secundária progressiva, desde que haja evidências inflamatórias no momento da indicação do transplante. O TCTH está indicado também na forma maligna da EM, que é rapidamente progressiva e sabidamente irresponsiva a qualquer forma de tratamento”.

* Voltarelli, Júlio C.; Moraes, Daniela A.; Ribeiro, Andreza A.F.; Oliveira, Maria Carolina de; Rodrigues, Morgani; Brum, Doralina G.; Barreira, Amilton A.; Hamerschlak, Nelson

Brazilian consensus on hematopoietic stem cell transplantation for autoimmune diseases. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online]. ahead of print, pp. 0-0. Epub Apr 30, 2010. ISSN 1516-8484.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842010005000023&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

sábado, 15 de maio de 2010

Cryopraxis na novela das oito



No último capítulo da novela das 20h, o casal de protagonistas fez a coleta das células-tronco do sangue de cordão umbilical de seus gêmeos.

A Cryopraxis, responsável pelo procedimento protagonizado na novela, parabeniza a emissora por ter divulgado que a coleta de sangue de cordão representa uma real perspectiva na medicina e se sente honrada de ter ajudado na produção da cena.

Terapia com Células-Tronco para o tratamento de doença ocular

Pesquisadores do the North East England Stem Cell Institute (NESCI) acabam de publicar na revista Stem Cells1 o primeiro tratamento bem sucedido em oito pacientes com Deficiência das Células-tronco Límbicas (Limbal Stem Cell Deficiency - LSCD), usando as células-tronco do próprio paciente, sem necessidade de fazer supressão da imunidade.

LSCD é uma doença dolorosa que provoca cegueira e requer tratamento em longo prazo e de alto custo com visitas clínicas frequentes e hospitalizações intensivas. A LSCD afeta principalmente pacientes jovens.

O estudo demonstrou que o transplante das células-tronco da córnea cultivadas é um método seguro e eficaz na reconstrução da superfície da córnea em pacientes com LSCD unilateral.

Os pacientes com LSCD unilateral foram acompanhados durante 19 meses, antes da publicação do trabalho. Nenhum efeito adverso foi relatado e 100% dos pacientes tiveram recuperação total do epitélio da córnea. No último exame realizado (2009) a acuidade visual melhorou em cinco olhos enquanto em três permaneceu sem modificação.

Os pesquisadores estão animados com o resultado e esperam poder estender o tratamento para a clínica assim que o Estudo Clínico em andamento, com 24 novos pacientes, for completado.

Kolli S, Ahmad S, Lako M, Figueiredo F, "Successful clinical implementation of corneal epithelial stem cell therapy for treatment of unilateral limbal stem cell deficiency", STEM CELLS, 2009, DOI: 10.1002/stem.276

http://www3.interscience.wiley.com/journal/123210049/abstract

segunda-feira, 10 de maio de 2010

As células formadoras de vasos (CD 133), derivadas ou expandidas do sangue de cordão, são melhores para a função cardíaca?

Este é o título do trabalho científico1 que um grupo de pesquisadores da PUC e do Instituto Oswaldo Cruz do Paraná, acaba de publicar na Revista Experimental Biology and Medicine. Os pesquisadores, chefiados pelo Dr. Paulo Brofman e Marco Krieger discutem a possibilidade de uso das células endoteliais, oriundas do sangue de cordão umbilical humano, isoladas e expandidas em laboratório no infarto agudo do miocárdio.


As células-tronco comprometidas a se transformar em endoteliais – células-tronco endoteliais, que expressam o marcador CD133 - podem se diferenciar em células endoteliais maduras e criar novos vasos sanguíneos – angiogênese. A angiogênese normal não é capaz de regenerar os tecidos lesionados que resultam no infarto do miocárdio (IM). Pacientes que apresentam alto risco cardiovascular possuem poucas células-tronco endoteliais e suas células exibem fragilidade em laboratório. Assim, os autores propõem que as células-tronco endoteliais oriundas do sangue de cordão umbilical humano sejam usadas como uma alternativa para recuperar a funcionalidade do órgão.


Para testar essa idéia, células-tronco CD 133 foram purificadas do sangue de cordão umbilical, expandidas em laboratório e usadas no tratamento de ratos com infarto do miocárdio. Os animais foram divididos em 3 (três) grupos: no primeiro foram injetadas as células CD 133 apenas purificadas; no segundo as células CD 133 purificadas e expandidas em laboratório; e o terceiro recebeu apenas uma solução salina, sem células.


Os resultados mostraram que houve melhora na função cardíaca dos ratos que receberam as células, quando comparados àqueles que receberam apenas solução salina. Tanto as células purificadas como aquelas purificadas e expandidas revelaram a mesma qualidade de resposta.


Por fim, os autores concluem que as células CD 133 purificadas e expandidas do sangue de cordão umbilical, não perdem sua atividade biológica e são uma promessa de uso nas cardiomiopatias.


1. Are purified or expanded cord blood-derived CD1331 cells better at improving cardiac function?


Senegaglia AC, Barboza LA, Dallagiovanna B, Aita CAM, Hansen P, Rebelatto CLK, Aguiar AM, Miyague NI, Shigunov P, Barchiki F, Correa A, Olandoski M, Krieger MA and Brofman PRS.


Experimental Biology and Medicine 2010; 235: 119–129.


http://ebm.rsmjournals.com/cgi/content/full/235/1/119

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Células Mononucleares do Sangue de Cordão Umbilical Humano Diminuem a Fibrose e Aumentam a Função Cardíaca em Cardiomiopatias

Pesquisadores do Centro de Pesquisas Cardiovascular da Universidade do sul da Flórida demonstraram que as células mononucleares do sangue de cordão umbilical humano são capazes de melhorar a função cardíaca.

Os pesquisadores Robert J Henning, Jeffrey Aufman, Masood Shariff, Darrell Sawmiller, Vincent DeLostia, Paul Sanberg e Michael Morgan mostraram, em artigo publicado na revista Regenerative Medicine1, que as células mononucleares do sangue de cordão umbilical humano (SCUH) são capazes de limitar a cardiomiopatia progressiva em hamsters.

O estudo, usando 45 hamsters com cardiomiopatia induzida, mostrou que aqueles (22) nos quais foram injetadas as células mononucleares do SCUH apresentaram uma diminuição da fibrose no músculo cardíaco e aumento da contractilidade, cinco meses após a injeção, quando comparados com aqueles (23) que apresentavam cardiomiopatia e foram tratados apenas com salina.

Nesse trabalho, os autores não determinaram os mecanismos específicos de ação das células mononucleares do SCUH, e foi sugerido que a presença de fatores de crescimento e citoquinas antiinflamatórias liberadas pelas células iniciaram um processo parácrino capaz de induzir também a formação de novos vasos sanguíneos.

Estudos em andamento nos laboratórios do Centro de Pesquisas Cardiovascular da USF esperam determinar os fatores de crescimento específicos e as citoquinas antiinflamatórias por meio das quais o SCUH exerce seus efeitos em modelos animais de cardiomiopatia.

http://www.futuremedicine.com/doi/abs/10.2217/rme.09.71?url_ver=Z39.882003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%3dncbi.nlm.nih.gov


1. Henning, R. e col. Human umbilical cord blood mononuclear cells decrease fibrosis and increase cardiac function in cardiomyopathy. Regen. Med. (2010) 5(1), 45–54.